MOVIMENTO DE CURSILHOS DE CRISTANDADE DO BRASIL
ACHEGAS HISTÓRICAS
Solicitado pelo
Grupo Executivo Nacional, compilei algumas achegas históricas sobre o MCC do
Brasil. São estas resultantes menos de dados escritos ou de Atas exaradas em
reuniões ou de outros documentos, do que de meus esforços pessoais de memória.
De fato, minha participação comprometida no Movimento teve início em setembro
de 1967 quando, ainda como Cura da Catedral de Botucatu e Vigário Geral da
Arquidiocese, instado pelo meu Arcebispo que tivera notícia dos “Cursilhos”
através de um colega de Campinas, fiz o Cursilho no. 54 da Arquidiocese de São
Paulo. Eram ainda os tempos dos “Cursilhos de Cristandade” e não do Movimento
de Cursilhos de Cristandade, assim definido somente em 1966, em Bogotá
(Colômbia). A partir de então, passei a compreender melhor a vocação e missão
do leigo na Igreja e no mundo. Entretanto, por algum tempo bastante longo, eu
ainda via e tratava o leigo mais
comprometido tanto com a paróquia quanto com os serviços paroquiais. Era muito
gratificante receber aqueles leigos e leigas que, depois do Cursilho, voltavam
para a paróquia “convertidos”, isto é dispostos a fazer as leituras durante as
celebrações, frequentar a comunhão, ajudar nas várias pastorais, etc.. Mas,
pouco a pouco, através do estudo dos Documentos do Concílio Vaticano II,
recém-terminado, fui dando-me conta de que tudo isto era importante na vida do
leigos, mas que a sua verdadeira vocação e missão estava no coração do mundo.
Vamos, então a
algumas achegas históricas fundamentadas – como já disse - mais sobre
informações e tradições orais do que por atas e dados escritos. Por isso, as
datas abaixo citadas são, algumas delas, apenas aproximadas. Portanto, tudo o que lhes
vou dizer soa muito mais como um testemunho ocular do que como o rigor de datas
e eventos. E quaisquer dados porventura inexatos, debitem-se às limitações de
minha memória.
Além disso,
recebi substanciosa colaboração de uma pessoa muito importante para a história
do MCC no Brasil: eficientíssima e competente secretária do Secretariado
Nacional e, depois do GEN durante muitos anos, também foi responsável pela
revista Alavanca; Secretária bilíngue de todos os Encontros Internacionais dos
quais participou, foi eleita por unanimidade pelos países do Grupo
Latinoamericano do MCC como sua representante no OMCC para revisão de IFMCC
ainda em curso. Refiro-me a Maria Elisa Zanelatto a quem fico profundamente agradecido.
Iguais agradecimentos devo aos sempre
lembrados ex-coordenadores nacionais Ecidyr Laguna, Francisco Alberto Coutinho
e Antônio Carlos Salomão, o Tony, pela ajuda e testemunhos vivenciais na
compilação destes dados. Ainda que lamentando profundamente a ausência deles neste importante evento
jubilar, nem por isso deixo de lhes prestar minha calorosa homenagem pessoal
por tudo o que fizeram pelo MCC do Brasil durante quase vinte anos de sua
presença.
1. “Importação” – Introdução – “Assimilação”
(1962-1965)
Tudo começou por
iniciativa de alguns sacerdotes que, vindos da Espanha, trabalhavam na Missão
Católica Espanhola, em São Paulo. Cito os que tive a alegria e a graça de conhecer
pessoalmente: Pe. Paulo Cañelles, Pe. Xavier
Ibarra, Pe. Ramón Pulido, Pe.Antonio Sala, Pe. Celso,
Pe.Caetano, Pe. José Luiz Palácios (este foi o Diretor Espiritual do meu
Cursilho). Também foram aqui iniciadores do MCC alguns leigos que haviam
participado de Cursilhos na Espanha.
O primeiro
Cursilho no Brasil acontece durante a Semana Santa do ano de 1962, na Chácara
São Joaquim, na cidade de Valinhos (SP), mas como sendo da Arquidiocese de São
Paulo e, por isto mesmo, aprovado pelo então Arcebispo, Cardeal D.Agnelo Rossi.
Chamo este primeiro momento de “importação”, pois foi dado em espanhol quase
que só com a participação de candidatos espanhóis. Tudo como em Mallorca.
O segundo Cursilho aconteceu em Mogi das
Cruzes, também em São Paulo, agora com a participação de alguns candidatos
brasileiros. Muitas historinhas saborosas contam-se destes primeiros Cursilhos,
como, por exemplo, a inexperiência do pessoal da cozinha que, na primeira
noite, em vez da que seriam as famosas e, depois, tradicionais canjas de
galinha ou a sopa de lentilhas, confundiu os ingredientes e preparou uma sopa
de... pipoca!
No que se refere
aos sacerdotes, permitam-me introduzir aqui uma palavra de imorredoura gratidão
ao meu querido amigo e irmão, modelo de sacerdote, amigo e irmão, Pe. Paulo
Cañelles. Tão entranhado amor nutria este sacerdote espanhol pelo Brasil e pelo
MCC que, para estar mais identificado com sua missão por aqui, quis
naturalizar-se brasileiro. Outro dado interessante: vários eram os sacerdotes
espanhóis que com ele trabalhavam no MCC. Entretanto, para sucedê-lo na missão,
sonhava que fora um sacerdote brasileiro. Assim, devido à minha participação constante
e próxima, houve por bem chamar-me para que, sempre que possível, o
acompanhasse. Infelizmente, chamado que fora para exerceu sua missão junto a um
casal de Belo Horizonte (MG), em julho de 1973, surpreendeu-o, na volta, um
terrível acidente rodoviário. Como para todos, esta tragédia foi impactante,
mas, para mim, teve uma impacto pessoal indescritível, pois para pode viajar a
Belo Horizonte, ele me pedira que o substituísse num Cursilho de Cursilhos em
Vitória (ES). Ademais, trago outras tantas preciosas recordações deste querido
irmão e amigo. Pelo seu testemunho de vida e de amo pelo MCC, devo minha ter
podido perseverar no MCC até hoje.
2. Os primeiros passos para a “inculturação”
Como já acenei
acima, foi o espírito apostólico de alguns sacerdotes e leigos da Missão
Católica Espanhola, na época em franca atividade, que fez com que acontecesse,
na Semana Santa de 1962, em Valinhos, estado de São Paulo, o primeiro Cursilho
de Cristandade do Brasil.
O clima pastoral
de toda a Igreja era de renovação e de grandes esperanças: em Roma, o Concílio
Vaticano II se encaminhava para a sua segunda sessão. No Brasil, começava a ser
implementado, com entusiasmo, o Plano de Pastoral de Emergência, sugerido pelo
Papa João XXIII ao episcopado brasileiro. Era, pois, propício o terreno para a
introdução de movimentos de renovação eclesial, o que explica a notável
expansão que de pronto caracterizou o MCC no Brasil.
Chegado com suas
características de origem, o MCC, embora suscitasse adesão e entusiasmo de
alguns setores da hierarquia e de muitos leigos, demorou mais de uma década
para iniciar com a Igreja local um diálogo profundo que marcasse sua identidade
de Movimento e suas funções no contexto pastoral nacional. A despeito disso, os
benefícios operados pelo MCC nas pessoas e, por via de consequência, na
atividade eclesial de muitas Igrejas particulares foram, desde o princípio,
inegáveis.
Assim, esse
Movimento que deitou raízes neste país, incentivado e amparado por uma
extraordinária figura de sacerdote e apóstolo – Pe. Paulo Cañelles –, não
apenas possibilitou o surgimento de lideranças respeitadas no mundo dos
cursilhos, mas evoluiu e adaptou-se a ponto de tornar-se um dos movimentos que
mais de perto acompanhou e, felizmente, continua acompanhando a caminhada da
Igreja no Brasil.
3. Tempo de “inculturação”
3.1. A expansão
do MCC neste país-continente[1]
determinou, em 1966, a
criação do Secretariado Nacional. Constituído a princípio por um grupo de
dirigentes empenhado em levar aos mais distantes recantos do Brasil o
entusiasmo e a esperança que os Cursilhos suscitavam, o Secretariado Nacional
cedo percebeu a necessidade de estender seus braços e estar presente em caráter
permanente em todo o país. Assim é que surgiram, primeiramente, no início da
década de 70, as Comissões Setoriais e, num segundo momento, quando a
maturidade permitiu, os Grupos Executivos Regionais que, ao lado do Grupo
Executivo Nacional, refletem, decidem e executam as deliberações que orientam
os rumos do MCC no Brasil, para que o mesmo seja, simultaneamente, fiel a seu
carisma próprio e à Igreja a que tem o dever de servir.
A propósito de maturidade, é bom lembrar que o
novo nome do Secretariado Nacional e das Comissões Setoriais – respectivamente
Grupo Executivo Nacional e Grupos Executivos Regionais – não representam uma
"mudança de etiqueta", mas indicam, menos no aspecto jurídico e mais
na dimensão pastoral e evangelizadora, um aprofundamento na co-responsabilidade
e na participação”.
4. Tempo de maturação: as Assembleias e os Encontros Nacionais.
Dar ao MCC uma
"identidade nacional" que não desfigurasse sua fisionomia própria e
preparar dirigentes para levar adiante esse projeto; tornar o MCC um
instrumento eficaz através do qual os leigos pudessem descobrir sua missão,
inteirar-se de sua função própria, atuar como Igreja e posicionar o MCC como
instância que possibilitasse a um número sempre maior de cristãos entender o
Plano de Deus e realizá-lo, construindo o Reino anunciado por Jesus, foram essas
as razões que determinaram a necessidade de se rever, periodicamente, através
dos Encontros Nacionais, os rumos do MCC para, à luz dos documentos do próprio
Movimento em seus diversos níveis, bem como das diretrizes da Igreja,
adequá-los às realidades para manter sua eficácia.
4.1. Encontros
Nacionais
4.1.2. I
Encontro Nacional
Embora programado ainda
antes do I Encontro Latino-Americano de Bogotá, em 1968, o I Encontro Nacional
do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil foi realizado alguns meses
depois daquele, em Aparecida do Norte, Estado de São Paulo, e procurou permear
com seu espírito os temas apresentados. De alguma maneira o MCC na época já
estava presente em cerca de 50 dioceses brasileiras e contava com 30
secretariados diocesanos.
Ainda que limitando-se e a estudar o pré e o
pós-cursilho, o Encontro de Aparecida foi uma oportunidade excelente para se
constatar que o MCC se constituía num poderoso instrumento de Evangelização.
Como era natural, nesse primeiro encontro os secretariados diocesanos trataram
de expor suas dificuldades na implantação e no desenvolvimento inicial do MCC
em suas dioceses. Simples, mas práticas, as Resoluções do I Encontro Nacional
enfatizaram alguns pontos-chaves que pretendiam dar consistência e clareza aos
alicerces desse Movimento que começava a se afirmar nas diferentes regiões do
país.
As repercussões desse
Encontro não se fizeram esperar. Houve tanto empenho em construir um
"pós-cursilho de Igreja" que o Brasil podia oferecer muito quando foi
encarregado, dois anos depois, de apresentar um trabalho sobre pós-cursilho no
II Encontro Latino-Americano, em Tlaxcala, no México. De tal maneira esse
trabalho marcou a presença do Brasil no Encontro que sua influência se estendeu
ao II Encontro Mundial conforme atestam as Conclusões deste último.
4.1.3. A
mulher e os cursilhos
Grande foi a contribuição
do Brasil no Encontro de Tlaxcala ao apresentar um tema livre sobre a mulher.
Apesar de, no começo, os cursilhos femininos terem sido concebidos segundo a
visão de que a mulher vivia apenas para o lar, a evolução do papel que a mulher
exercia no mundo e que extrapolava os limites de suas funções de esposa e mãe,
pedia que os cursilhos femininos refletissem essa realidade. O tema apresentado
pelo Brasil na pessoa da querida Ida Rosatelli que acaba de lhes falar, Reconhecimento da mulher em sua função
insubstituível na sociedade, procurou mostrar precisamente isso.
Embora naquele momento o
mundo já reconhecesse "em tese" a igualdade entre o homem e a mulher
e o direito desta de participar ativamente de todas as esferas da vida pública,
a distância entre a teoria e a práxis era grande! Não foram poucos, por isso,
os movimentos feministas que, na sua ânsia de lutar para que essa igualdade se
concretizasse, esqueceram o fundamental: que o fato de serem iguais em direitos
e deveres não anulava as diferenças e peculiaridades com que Deus agraciara
homem e mulher para que, juntos, eles realizassem seu Plano.
De fato, muito mais
produtivas teriam sido as incursões das mulheres nos vários terrenos antes
reservados exclusivamente aos homens, se ao invés de querer ocupar o lugar
deles como eles, elas tivessem
buscado ocupar seu espaço levando o feminino, atuando com a sensibilidade, a
ternura, a generosidade, a intuição e a compreensão que muitas vezes faltam aos
homens "de espírito prático"...
Ao apresentar o tema da
mulher era precisamente isso que o Brasil enfatizava: a igualdade de direitos,
de oportunidades, de dignidade, sem que isso suprimisse a riqueza da
diversidade. Isso significava que não se justificavam mais "cursilhos
femininos para noivas ou esposas de cursilhistas", cuja finalidade era
levá-las a compreender os homens transformados em apóstolos como resposta ao
apelo para a conversão. Não! O que se queria eram cursilhos para mulheres que também
viessem a se tornar apóstolas no lar, no ambiente de trabalho, na sociedade,
como resultado de sua resposta ao mesmo apelo que, desde sempre, Deus dirigiu a
suas criaturas prediletas - homem e mulher - no sentido de tornarem realidade
seu Projeto de amor.
4.1.4. II
Encontro Nacional
Assim como o I Encontro
Nacional quis assimilar o conteúdo do I Encontro Latino-Americano, o II
Encontro Nacional aconteceu como consequência do espírito plantado no II
Encontro Latino-Americano. Foi realizado em novembro de 1970, em Itaici, Estado
de São Paulo, e reuniu mais de 300 dirigentes responsáveis e maduros: leigos,
sacerdotes e bispos. Os temas apresentados serviram como motivação para as
reflexões em grupo e as conclusões trazidas ao plenário a todos enriqueceram,
mostrando com clareza os rumos para os quais os responsáveis pelo Secretariado
Nacional deveriam orientar os seus esforços para que, traduzindo na prática o
que fora recomendado em Tlaxcala, pudesse o MCC do Brasil ser resposta às
necessidades pastorais da Igreja local. Foi, pois, com dois objetivos
fundamentais que o II Encontro Nacional se realizou:
– avivar ainda mais o espírito dos dirigentes nos diversos secretariados
diocesanos para a finalidade do MCC que é servir a Igreja criando ou ajudando a
criar comunidades;
– despertar o interesse desses mesmos dirigentes pelos documentos dos Encontros do
México que mostravam de maneira cabal a maturidade e a riqueza dos Cursilhos.
Assim, sem deixar de lado o
valor dos cursilhos como instrumento de adesão pessoal a Cristo, insistiu o II
Encontro Nacional no seu valor como instrumento da Igreja para resposta
concreta aos apelos da hierarquia latino-americana em Medellín.
Muito mais completo e
abrangente, embora realizado apenas dois anos depois do primeiro, este segundo
encontro tratou em profundidade das três fases do Movimento em seus diferentes
aspectos, enfatizando a importância das recomendações de pré-cursilho, o valor
inestimável do conteúdo do cursilho e a seriedade com que se deveriam
desenvolver os instrumentos do pós-cursilho, para que o MCC atingisse suas
finalidades.
E porque amplo foi o seu
espectro, duradouras foram suas conclusões, as quais, semeadas frutificaram nas
orientações que guiaram por vários anos o MCC no Brasil.
4.1.5. III
Encontro Nacional
Oito anos depois, em
novembro de 1978, quando já havia mais de 400.000 cursilhistas no Brasil,
reuniram-se em Itaici (SP), perto de 500 dirigentes, representando 120 dos 176
secretariados diocesanos então existentes no país, para o III Encontro
Nacional.
Queriam os seus
responsáveis que aquele fosse um encontro profético e que profetas se tornassem
seus participantes para, com coragem, anunciar
o Reino e construí-lo com a ajuda desse providencial instrumento que era o
Movimento de Cursilhos de Cristandade, e denunciar,
como cristãos responsáveis e maduros, tudo aquilo que na realidade dos
ambientes a evangelizar, atuasse contra a construção desse Reino.
Os temas apresentados
constituíram um desafio para que os leigos assumissem os compromissos
resultantes da irrecusável encarnação do seu batismo.
E as conclusões foram ricas
e corajosas. Enfatizavam que o leigo não pode alienar-se das realidades que
tecem seu dia-a-dia para refugiar-se gostosamente em atividades intra-eclesiais
– por mais meritórias e necessárias que estas sejam –, mas deve ser presença
libertadora no mundo, a fim de que, como fermento e em comunidade, possa de
fato transformar as estruturas injustas da sociedade.
Foi bem marcante, pois,
nesse III Encontro Nacional em que, com 16 anos de idade no Brasil, o Movimento
de Cursilhos de Cristandade já estava bem maduro, a constatação de que ele era
o meio; o definitivo era a Igreja em função do Reino a ser construído. Por
isso, o III Encontro Nacional, mesmo sem ter estudado temas específicos do Movimento,
logrou chegar a conclusões que levaram os cursilhos no Brasil a serem cada vez
mais um eficiente instrumento a serviço da ação pastoral da Igreja.
De novo a repercussão
dessas Conclusões influenciou por bastante tempo a caminhada do Movimento de
Cursilhos de Cristandade no Brasil.
4.1.6. IV
Encontro Nacional
O IV Encontro Nacional
realizou-se em Brasília, Distrito Federal, quase dez anos depois do terceiro,
em novembro de 1987, justamente quando o Movimento de Cursilhos de Cristandade
celebrava seu jubileu de prata no Brasil. As grandes dimensões do país e as
sucessivas crises econômicas que vitimam o povo brasileiro determinaram não
apenas o lapso de tempo entre os dois Encontros, mas impediram a participação
de inúmeros secretariados, embora a maioria dos 170 secretariados diocesanos
então atuantes estivesse representada nas pessoas de cerca de 450
participantes.
Na celebração eucarística
de abertura, D. Carlo Furno, Núncio Apostólico, lembrou que o III Encontro
Nacional estava sendo marcado pela realização do Sínodo sobre a Vocação e
Missão dos Leigos que estava justamente terminando.
Organizado de maneira muito dinâmica, o III Encontro Nacional ofereceu a
seus participantes a possibilidade de escolher entre oito cursos oferecidos:
Eclesiologia, Moral, Cristologia, Mariologia, Dimensão Política da Fé, Ciências
Sociais e sua Influência na Ação Pastoral, Conjuntura Social e Entraves à Ação
do Leigo no Mundo, Meios de Comunicação Social e sua Importância na
Evangelização. Isso possibilitou uma grande abertura e respondeu à necessidade
de formação que o leigo, segundo Puebla, tem o direito de receber em seus
próprios Movimentos.
Temas como o Carisma, o
Método e a Estrutura do Movimento - além do trabalho que viria a ser
apresentado no ano seguinte pelo Brasil no IV Encontro Mundial -, foram
explanados e discutidos em grupos de trabalho.
As Conclusões do IV
Encontro Nacional reafirmaram a importância da fidelidade ao Carisma do
Movimento, do respeito ao seu método, da necessidade da unidade e comunhão, e
da importância - dada a extensão territorial do país - do acatamento de sua
estrutura nos níveis nacional, regional e diocesano.
4.1.7. V
Encontro Nacional
O V Encontro Nacional
realizou-se em Jundiaí, estado de São Paulo, de 8 a 12 de outubro de 1993. Nesse
encontro, cujo tema foi O Movimento de
Cursilhos de Cristandade no Brasil e as Conclusões de Santo Domingo,
participaram 130 GEDs ( Grupo Executivo Diocesano, o novo nome do Secretariado
Diocesano, em consonância com os níveis regionais e nacional), estimada em
cerca de 500 pessoas.
4.1.8. VI Encontro Nacional
O sexto Encontro Nacional aconteceu em Guarapari
(ES) de 19 a 22 de novembro de 1998. Compareceram cerca de 1.000 pessoas de
todos os GERs e de 75 GEDs.
Neste Encontro elaborou-se uma
Carta chamada
CARTA DE GUARAPARI
Reuniram-se em Guarapari, ES,
de 19 a
22 de novembro de 1998, para o seu VI
ENCONTRO NACIONAL, os responsáveis do Movimento de Cursilhos de Cristandade
do Brasil, em número de aproximadamente1000, representando o Grupo Executivo
Nacional, os Grupos Executivos Regionais e cerca de 75 Grupos Executivos
Diocesanos. Em clima de oração e partilha, tendo refletido sobre O LEIGO E A LEIGA CRISTÃOS E SEU
PROTAGONISMO NA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE JUSTA, FRATERNA E SOLIDÁRIA,
sobre A ANÁLISE DA CONJUNTURA DA
SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA, e sobre o próprio MOVIMENTO DE CURSILHOS COM A IGREJA RUMO AO NOVO MILÊNIO, e
CONSIDERANDO
· Que o protagonismo do leigo e
da leiga cristãos na construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária é
uma conseqüência inevitável do Batismo, um desejo da Igreja e um clamor da
realidade;
· Que a conjuntura da sociedade
brasileira contemporânea - que, como conseqüência da
globalização, tem-se caracterizado pela marginalização de um enorme contingente
de brasileiros, vítimas da miséria, do desemprego e do desconhecimento dos
próprios direitos - exige dos cristãos atitudes
enérgicas e corajosas;
· Que o carisma do MCC - a evangelização dos ambientes - exige que se respeite sua identidade, a qual se
concretiza na vivência da Graça, na prática dos valores do Reino e no
seguimento de Jesus de Nazaré, através da formação de pequenas comunidades que
vão permeando de Evangelho os ambientes,
DECLARAM
· Seu compromisso de exercer o
protagonismo dos leigos com coragem e clareza de consciência, visto ser esse um
imperativo para que o MCC revele sua identidade de movimento de cristãos leigos
que transformam seus ambientes a modo de fermento.
· Seu compromisso de, face à
conjuntura da sociedade brasileira contemporânea, colocar-se na perspectiva
dessa realidade desafiadora com real visão de sua força, porém numa abertura
para os horizontes de esperança que a presença evangelizadora da Igreja e do
MCC podem alcançar.
· Seu compromisso de fazer do
MCC, no limiar do Terceiro Milênio, um movimento: místico, querigmático,
hospitaleiro e de esperança, vivendo a autêntica espiritualidade cristã, de
modo a ajudar a distinguir os Sinais na vida pessoal e familiar, no trabalho e
na história e leve a uma íntima união com Cristo, pautada por uma autêntica
caridade apostólica, em atitude missionária, perseverante, corajosa e aberta ao
novo.
E para que não lhes falte
alento na consecução desses compromissos, declaram-se confiantes na
misericórdia do Pai, na presença do Filho, na ação do Espírito Santo e
entregam-se às mãos de Maria, Mãe da Esperança.
Guarapari,
22 de novembro de 1998
4.1.9. VII Encontro Nacional
O sétimo
Encontro Nacional celebrou-se novamente em Guarapari ( ES) – Nov/ 2002- com participação de 1064 cursilhistas
brasileiros, representante do Grupo Ásia Pacífico (com imagem de Na.Sra.), OMCC
(Francis, Pe.Bialas, Pe.Ulrich Bonin e Mônica Polanco), OLCC (pré GLCC) com
Luiz Villareal e Mari, Bernardo e Idália, Mons.Camacho, Malena, Prieta,
Colômbia (Lucia S.Toro), Paraguai (Vicente Bobadilla), Argentina (Hector
Pfeiffer, Odonel)
Também neste Encontro foi elaborada uma Carta de
orientação para o MCC do Brasil, como segue:
Carta
dos 40 anos do MCC no Brasil
Para comemorar os 40 anos do MCC no Brasil, reuniram-se em Guarapari,
ES, no VII Encontro Nacional, cerca de 1.200 cursilhistas, vindos de todos os
quadrantes do país, motivados pelo mesmo lema que, na gênese dos cursilhos,
incentivava os jovens peregrinos a seguir adiante no caminho de Santiago: “Peregrinar com fé é abrir caminhos”. Em
clima de oração e celebração, fraternidade e partilha, seriedade e alegria,
puderam discernir a voz do Espírito que quer, através desse Movimento sempre
atual, falar ao homem e à mulher do Terceiro Milênio, sufocados pelas
incertezas de um mundo caracterizado por injustiças e exclusões, e ansiosos por
encontrar ou reencontrar um sentido para as suas vidas.
Por isso querem fazer conhecidas as principais considerações que os temas estudados nesses dias neles suscitaram,
e tornar públicos os compromissos
delas decorrentes.
CONSIDERAÇÕES:
1. O MCC, que entrou no país quase acidentalmente, para evangelizar
imigrantes espanhóis, espalhou-se rapidamente por todo o país, estruturou-se,
alinhou-se com o esforço da Igreja no Brasil, em comunhão com a CNBB, e tornou-se
instrumento de colaboração para a ação pastoral e evangelizadora da Igreja,
através do testemunho de seus leigos envolvidos na construção da sociedade.
2. O MCC preocupa-se com uma reflexão permanente sobre a vocação batismal
do leigo, na qual está a raiz do seu compromisso evangelizador, nestes tempos
em que inadiável reconhecer a realidade do protagonismo dos leigos.
3. O MCC é parte dessa Igreja que, no Brasil, pelo projeto Ser Igreja no
Novo Milênio, quer responder com caridade e sabedoria, aos desafios da
globalização como instrumento de exclusão, buscando manter viva a
espiritualidade e a esperança dos pobres. Por isso, entende que deve-se
posicionar diante dos desafios urgentes e profundos representados pela nova
religiosidade e pela nova cultura; pela revolução comportamental e pelo avanço
tecnológico, que exigem discernimento e respeito à diversidade, com vistas à
unidade.
4. O MCC é parte da realidade que muda rapidamente e reconhece que, para
enfrentá-la, seus integrantes precisam não apenas de convicção (para saberem o que é bom), mas de conversão (para se doarem e entregarem na consecução dos objetivos
do MCC). Devem, pois, estar atentos aos critérios de avaliação próprios da
pós-modernidade, que atingem as ações pessoais, profissionais e pastorais,
quais sejam: o comprometimento, a atenção aos detalhes, a capacidade de se
terminar aquilo que se começa.
5. O MCC reconhece que, assim como na vida cotidiana, em todas as
atividades evangelizadoras é preciso ter em conta que o limite do homem é a
vontade e que o entusiasmo de quem se sabe “arrebatado por Deus”, é essencial
para que seu objetivo de transformar o ambiente através dos critérios cristãos
seja atingido.
6. O MCC tem uma espiritualidade que se caracteriza por ser peregrinante,
pelo seguimento de Jesus de Nazaré, pela conversão como projeto de vida, pela
atenção constante aos sinais dos tempos, pela ação de sal, fermento e luz.
7. O MCC quer impregnar com critérios cristãos os ambientes, por meio da
atuação concreta de seus membros que, abrindo-se ao diferente, descobrem
caminhos novos para levar à prática uma evangelização inculturada.
COMPROMISSOS:
1. O MCC quer, sempre mais, caminhar com a Igreja no Brasil, que se
preocupa com todos os seus filhos, mas reserva seu carinho para os fracos,
oprimidos e marginalizados.
2. O MCC quer que seus membros, conscientes de seu batismo, assumam o seu
protagonismo na tarefa evangelizadora da Igreja, seguindo seu carisma
específico que é a evangelização ambiental.
3. O MCC quer, em sintonia com o projeto Ser Igreja no Novo Milênio, ser
sinal de unidade na diversidade, sendo instrumento evangelizador da realidade
marcada pelos desafios da pós-modernidade.
4. O MCC quer – no pré-cursilho, no cursilho e no
pós-cursilho – que seus membros tenham convicção acerca de suas possibilidades como instrumento de
evangelização, e a traduzam através de uma conversão
comprometida com o correto uso desse mesmo instrumento.
5. O MCC quer que seus integrantes sejam peregrinos entusiasmados e
construtores de uma história que se faz pela transformação dos ambientes
naturais em que cada um está inserido, segundo os critérios de Jesus.
6. O MCC quer que todos os que passaram pelo cursilho, principalmente os
responsáveis pelo MCC, cultivem uma espiritualidade encarnada, cujos frutos se
deixem ver através do Reino que se constrói aqui, reconhecendo embora que “não
têm aqui cidade permanente, mas estão à procura da que está para vir” (Hb 13,
14).
7. O MCC quer renovar-se permanentemente através da atuação efetiva dos
jovens –
presença majoritária nas estatísticas de nosso país e futuro da Igreja e
da sociedade.
Oferecendo a Deus Pai Criador, a Deus Filho Salvador e a Deus Espírito
Santo Consolador esses 40 anos de caminhada, os cursilhistas presentes a este
VII Encontro Nacional, entregam à Trindade estes compromissos, pelas mãos maternas de Maria, e pedem a proteção e
inspiração de seu patrono, São Paulo, para levá-los à prática em sua vida
cristã.
Guarapari, 8 de setembro de 2002
4.1.10.
Encontro Assessores Eclesiásticos e outros Sacerdotes
Foram realizados cinco Encontros Nacionais de Assessores dos GERs e GEDs e de
sacerdotes que trabalham ou que se
interessam pelo MCC. Estes Encontros mostraram-se altamente positivos. Teólogos
e pastoralistas – como, p.explo D.Cláudio Hummes, então Cardeal Arcebispo de São
Paulo; Pe.João Batista Libânio e outros – deram sua preciosa contribuição para
o discernimento dos Assessores e demais Sacerdotes presentes. Lembramos os três
últimos Encontros:
- III Encontro Nacional de Assessores Eclesiásticos do MCC - 2003 (Casa
São Paulo – Embu das Artes (SP)
- IV Encontro Nacional de Assessores Eclesiásticos do MCC - 2006 (Casa
São Paulo – Embu das Artes (SP)
- V Encontro Nacional de Assessores Eclesiásticos do MCC – 2009 (Casa
São Paulo – Embu das Artes. Segue a Carta dos participantes aos Cursilhistas do
Brasil:
CARTA DOS ASSESSORES
ECLESIÁSTICOS DO MCC
A TODOS OS CURSILHISTAS DO BRASIL
Caríssimos irmãos e irmãs, companheiros de jornada na
busca do Reino de Deus através do Movimento de Cursilhos:
Desejamos que no coração e na vida de todos perdurem
as alegrias e as esperanças da Páscoa, anunciando ao mundo a vitória de Cristo
ressuscitado sobre o pecado e a morte!
Nós, os 47 Assessores Eclesiásticos do MCC, vindos das
mais diferentes regiões do Brasil, estivemos reunidos na Casa São Paulo, em
Embu das Artes (SP), nos dias 20
a 23 de abril, para o V Encontro Nacional de Assessores
do Movimento de Cursilhos. Conosco estiveram, também, alguns irmãos e irmãs,
leigos e leigas, Coordenadores e Coordenadoras de Grupos Executivos Regionais.
Terminado o Encontro, desejamos compartilhar com
vocês, queridos irmãos e irmãs de caminhada, um pouco da extraordinária
experiência de estudo, reflexão, partilha, vivência e convivência fraternas que
tivemos nesses dias que, acima de tudo, foram dias de graça abundante.
Mergulhamos no espírito de renovação e de relançamento
do MCC que, aos poucos, vai tomando conta de todo o nosso Movimento e, ao mesmo
tempo, permitimos que nossos corações se abrasassem de ardor missionário a
partir do Documento de Aparecida, inspirado, sem dúvida, pelo Divino Espírito
Santo.
Olhamos para os grandes desafios do mundo urbanizado
de hoje e para os desafios de nossa Igreja e, movidos pelo impulso missionário
de Aparecida, nos sentimos provocados a repensar profundamente e relançar com
fidelidade e audácia a missão do MCC nas novas circunstâncias do mundo de hoje,
como afirma o mesmo Documento de Aparecida em seu nº. 11.
Concluímos que não só precisamos dar um novo rosto,
uma nova fisionomia ao nosso Movimento, mas também retomar com coragem e
alegria o seu carisma original, isto é, o de ser instrumento de formação de
líderes capazes de impregnar de Evangelho os ambientes, constituindo-se em
núcleos, ou em pequenas comunidades de fé (Doc. 62 CNBB, 121).
Queremos, pois, expressar toda a nossa confiança na
potencialidade e na missão de nossos leigos de se tornarem verdadeiramente
protagonistas de um novo espírito missionário pelo seu testemunho e pela sua
corajosa palavra, apesar dos grandes desafios da modernidade.
Repetimos, com Aparecida, que um mundo melhor só será
possível a partir de homens e mulheres que encarnem a novidade do Evangelho em
suas realidades (DA 11).
Aos nossos queridos leigos e leigas nosso apoio, e
como os discípulos de Emaús, queremos que nosso coração arda de entusiasmo
enquanto caminhamos juntos rumo ao cinqüentenário de nosso Movimento no ano de
2012. Expressamos nosso desejo e nossa renovada esperança de ver, novamente,
nosso Movimento impregnado de ardor missionário como o foi em suas origens,
sobretudo aqui, em nossa pátria.
Renovamos a consciência de que somos um Movimento
eclesial e, por isso, precisamos caminhar juntos, pois dependemos da ajuda
mútua para levar adiante essa árdua, mas gratificante missão de relançar nosso
Movimento no contexto atual, dando-lhe um rosto jovem e missionário. Que o MCC
volte a resplandecer com mais vigor ainda na luminosa constelação dos
movimentos e comunidades eclesiais na Igreja no Brasil e no seio da realidade
brasileira, impregnado-a com o fermento e a luz do Evangelho de Jesus Cristo!
E, para nos fortalecer ainda mais na caminhada,
contamos com a intercessão materna de nossa querida Mãe, Nossa Senhora
Aparecida.
Um forte e carinhoso abraço de seus irmãos presbíteros
a serviço da Igreja, da Evangelização e do Reino de Deus. Continuem contando
com Cristo e conosco, servidores de todos vocês através do MCC do Brasil!
São Paulo, 23 de abril de 2009.
5.
Encontro Latino-americano – Em agosto de 2001, em Monterrey
(México) aconteceu o Encontro durante o
qual deu-se o lançamento da candidatura e eleição do MCC do Brasil para sediar
o Organismo Mundial do MCC. Deu-se a posse no início de janeiro de 2002 com
exercício até início de 2006, quando o OMCC passou para o MCC dos Estados
Unidos.
6.
Encontro Mundial MCC no Brasil – Como sede do OMCC, o MCC
do Brasil acolheu o VI Encontro Mundial, no ano de 2005, realizado na Mariápolis
Ginetta, em Cotia (SP). Encontro memorável este e marcante para a história do
MCC do Brasil. Extremamente bem organizado nos seus mínimos detalhes e presidido
com competência, diria, quase profissional pelos então Coordenador,
Vice-coordenador e Secretária do
Organismo Mundial do MCC, respectivamente, Francisco Alberto Coutinho, Antônio
Carlos Salomão (Tony) e Maria Elisa
Zanelatto, este Encontro deixou profundas marcas positivas nos seus
participantes e no MCC de todo o mundo.
7. Assembleias
Nacionais
Uma das grandes e positivas
características do MCC é ser ele adaptável e poder adquirir fisionomia própria,
adequada a cada lugar onde se desenvolve, sem que para isso tenha que abandonar
sua identidade original.
Essa característica
permitiu que o MCC do Brasil - país onde a extensão geográfica e as
dificuldades econômicas têm um peso considerável em todas as decisões - criasse
uma alternativa saudável para manter a unidade nacional, respeitadas as
diversidades regionais, e para ter um rosto que revelasse as nuances dessa
terra tão vasta e que tem tantas características regionais diferentes.
Nos começos, o então
Secretariado Nacional procurava fazer isso através dos cursilhos-de-cursilhos
ou de dirigentes, durante os quais buscava a um só tempo inteirar os dirigentes
acerca dos temas básicos do MCC em ordem à fidelidade, e adequá-lo às
necessidades locais. Posteriormente, começou a concretizar isso através das
Assembleias Nacionais que, além de fazer o que os cursilhos-de-cursilhos já
faziam, possibilitaram a participação das bases nas decisões do MCC relativas
às orientações a serem seguidas em nível nacional. A primeira Assembleia
Nacional realizou-se em 1973. A XXI realizou-se juntamente com o IV Encontro Nacional e
comemorou, de certa forma, o trigésimo aniversário do MCC no Brasil.
Olhar para o conteúdo e
para as conclusões das Assembleias Nacionais é ter um nítido painel de como o
MCC do Brasil tem conseguido manter-se um instrumento eficaz e atual de
Evangelização, graças à flexibilidade que lhe dá condições de caminhar no mesmo
passo que a Igreja a que pertencemos e que precisa lugar para construir o
Reino, anunciando Jesus Cristo neste tempo de contestação de valores, neste
espaço de terra onde proliferam as injustiças e a este povo que precisa de
libertação.
8. As sedes físicas do MCC no Brasil:
Porque lembrar
uma “sede física”? Que importância tem para o MCC uma “sede física”? Penso que
uma sede física ou conhecida de todos é um ponto referencial para qualquer
empresa e, também, para movimentos e instituições eclesiais. Assim como uma
catedral é referência para uma diocese, uma matriz é referência para uma
paróquia, assim – agora lembrando o MCC – uma sede física, cuja localização
seja conhecida por todos tanto participantes do Movimento de outros que por ele
se interessam -, é um referencial importante. É ali o coração não só
administrativo, mas, sobretudo, uma fonte segura e confiável de informação:
correspondência, internet, relacionamentos, etc.. É ali que se reúne
periodicamente a Coordenação Nacional para concretizar a orientação nacional,
analisar aspectos pastorais do MCC bem como seus aspectos administrativos,
econômico-financeiros, atividades de escritório etc. Esta é a razão porque
menciono os locais, todos em São Paulo onde se localizaram as diversas sedes do
MCC no Brasil durante estes cinquenta anos.
Infelizmente, um
aspecto negativo dessas mudanças foi a perda ou extravio de muito material
precioso para a história do Movimento. Documentos, atas, anotações, circulares,
Cartas, etc. são irrecuperáveis.
a) Rua Tamandaré (Aclimação) – (Sede da Missão Católica Espanhola)
b) Rua Leôncio de Carvalho – Vila Mariana
c) Av. Conselheiro Rodrigues Alves – Vila Mariana (em
dois endereços sucessivos)
d) R. João Adolfo, 62, 4º.and. - Centro
e) Av. Nove de Julho, 254, 5º.and.- Centro (mesmo
endereço, sucessivamente, em dois andares do mesmo prédio)
f) Casa de Cursilhos da Rua Marcondésia (provisório)
g) Rua Domingos de Morais, 3339, conj.07 – Vila
Mariana – que é a sede definitiva adquirida na gestão de Francisco Alberto
Coutinho.
9. Diretores Espirituais/Assessores Eclesiásticos Nacionais
a) D.Aniger Mellilo de Souza – Bispo de Piracicaba.
Porque um Bispo, poderia alguém perguntar? Segundo ouvi do próprio Pe. Paulo, depois
de ouvida a opinião do Cardeal Arcebispo de São Paulo, D.Agnelo Rossi que já
aprovara o MCC, este mesmo sugeriu o nome de um Bispo para o primeiro Diretor
Espiritual, para que, iniciando-se a presença de um novo movimento na Igreja no
Brasil, houvesse o respaldo de uma autoridade eclesiástica. Isto daria – como,
de fato, deu – uma garantia maior de credibilidade ao MCC. Lembro, ainda, que
outro Bispo que marcou presença no MCC
oi o Arcebispo de Belém do Pará, tanto assim que a primeiro Cursilho
realizado fora do estado de São Paulo foi, precisamente, na Arquidiocese de
Belém do Pará.
b) Pe. Paulo Cañelles
c) Pe. John Drexel – Julho/ 1973 a 1 de fevereiro de
1975 (há poucos meses, celebrou o Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal)
d) Pe.José Gilberto Beraldo – 01 de fevereiro/1975
e) Pe. José Ribolla, CSR
f) Novamente Pe.José Gilberto Beraldo
g) Pe.Francisco Luís Bianchin (Pe.Xico) – 01 de
maio/2009 até hoje...
10. Presidentes do Secretariado Nacional/Coordenadores do Grupo
Executivo Nacional
Antes da vigência do Estatuto do MCC do Brasil, os Presidentes
do Secretariado Nacional eram nomeados pelo Diretor Espiritual Nacional. O
último a ser assim designado foi Antonio Costa. Depois começaram a ser eleitos
pela Assembleia Nacional. Seguem os nomes de todos os Presidentes/Coordenadores
Nacionais:
1. Luis Leite – Médico, de São Paulo, foi o primeiro
Presidente do Secretariado Nacional
2. Bachir Aidar Jorge – Médico psiquiatra, de São
Paulo
3. Carlos Maria Montero – Uruguaio, residente em São
Paulo
4. Ida Rosatelli – Exerceu as funções de Presidente do
SN durante um mandato-tampão
5. Luís de Almeida Marins – Professor, de Sorocaba
(SP)
6. Antonio Costa – Representante Comercial, de São
Paulo
8. Fauzi Trad – Comerciante, de Ribeirão Preto (dois
períodos)
9. Ecidyr Laguna – Dentista, de São Paulo
10. Francisco Alberto Coutinho – Engenheiro, de São
José dos Campos. Francisco deve ocupar um lugar muito especial na memória do MCC
do Brasil e na de todos nós, pois, além de exercer as funções de Coordenador
Nacional em dois períodos, foi Coordenador do Organismo Mundial do MCC por quatro
anos. Durante este período, sou testemunha de como suscitou o respeito e
admiração no MCC de todo o mundo, por sua presença e testemunho de vida.
11. Antônio Carlos Salomão (Tony) – Empresário, de
Sorocaba, exerceu as funções por dois períodos e foi Vic-Coordenador do
Organismo Mundial do MCC
12. Marum
Mellen Jacob Neto – Professor, de São José dos Campos, está encerrando o
segundo período de sua gestão.
11. Estruturas operacionais
São estruturas
que ajudaram e ajudam o Movimento a alcançar seus objetivos. Fundamentalmente
são duas: a Escola de Formação integral e os Grupos Executivos (antes,
Secretariados em seus diversos níveis).
Ao iniciar-se no Brasil, a primeira estrutura
operacional do MCC foi o Secretariado Arquidiocesano de São Paulo. Mais tarde,
este se transformou no
1.Secretariado Nacional MCC do Brasil
2. Secretariados Diocesanos
Nota: anteriormente ao Estatuto de 1988 o Brasil
estava organizado em Comissões Setoriais. Depois do Estatuto:
3. Grupo Executivo Nacional
4. Grupos Executivos Regionais
5. Grupos Executivos Diocesanos
6. Setores dos GEDs.
12. Estatuto Canônico aprovado pela CNBB
Como já citado
acima, passaram-se alguns anos até que fosse redigido um Estatuto e que fosse
aprovado pela Igreja no Brasil. Finalmente, a primeira aprovação – seguidamente
repetida conforme aconteciam revisões – deu-se no dia 12 de setembro de 1988,
festa de Nossa Senhora de Guadalupe, subscrita por D. Luciano Mendes de
Almeida, então Presidente da CNBB e pelo Secretário Geral, D. Antônio Celso de
Queiroz. Porque se diz do Estatuto aprovado pela autoridade eclesiástica, ser
“canônico”? Simples assim: por ser esta uma exigência do Código de Direito
Canônico para existência de qualquer instituição, comunidade, associação ou
movimento nascidos no interior da Igreja.
13. Formação de Dirigentes/Responsáveis em nível nacional
Durante estes
cincoenta anos, a Coordenação Nacional trabalhou intensamente para a Formação
de seus dirigentes e responsáveis. Formação esta que não se restringiu ao MCC,
mas que alargou seus horizontes para aquela formação integral da qual trata o Beato
João Paulo II na “Christifideles Laici, n.59-60.
Tanto em
Encontros Nacionais como nos antigos Cursilhos de Dirigentes ou nas atuais Assembleias
Regionais, nunca o MCC do Brasil deixou de promover o estudo e a reflexão dos
Documentos do Magistério. Vale a pena lembrar aqueles que dizem mais de perto à
América Latina (claro, sem esquecer os do Magistério Pontifício): desde
Medellin, Puebla, Santo Domingo e, bem o de nossos dias, o Documento de
Aparecida. Note-se que, visando a abrir horizontes mais amplos para o MCC,
sempre foram convidados para nos assessorar não só pessoas, digamos “de dentro
do MCC”, mas teólogos, pastoralistas, bispos, arcebispos, etc..
Não podemos
deixar de lembrar o “Primeiro Encontro Nacional de Formadores” celebrado
no Rio de Janeiro, Casa de Retiro dos Padres Agostinianos, em novembro de 2005,
durante uma Assembleia Nacional com lançamento dos Módulos para Escola
Vivencial.
Deve-se notar,
ainda, que foi publicado abundante material de formação e de orientação tanto
para os responsáveis leigos como a sacerdotes: manuais, folders, folhetos, etc.
sem falar na Revista Alavanca, cuja história tem início logo no começo do MCC
no Brasil.
Para completar o
presente relato e por amor à verdade e à transparência não podemos deixar de
constatar que, apesar de todos os esforços do GEN no sentido e preservar a
pureza, a fidelidade ao carisma e ao método do MCC bem como à autenticidade de
sua missão, inúmeros desvirtuamentos e equivocadas interpretações foram sendo
introduzidos por muitos GEDs.
14. Comunhão com a Igreja no Brasil: estudo dos Documentos do Magistério
– Adaptação do MCC.
Penso já ter
citado e enfatizado suficientemente esta preocupação do MCC no Brasil: caminhar
em íntima e concreta comunhão com a Igreja no Brasil. Isto, mesmo à custas de
ácidas críticas vindas do Movimento do exterior, incluídas ai as de alguns
iniciadores. Sempre foi convicção da direção nacional que mais importante que o
MCC é a Igreja de Jesus Cristo. O MCC é mero instrumento de evangelização de um
setor da sociedade, isto é, dos ambientes que a formam e conformam.
Um dos pontos mais altos no itinerário do MCC do
Brasil para fortalecer estes laços de comunhão com a nossa Igreja é o estudo e
aplicação das sucessivas edições das “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora
da Igreja no Brasil”. Ainda no ano que está por findar, a proposta para as
Assembleias Regionais foram as Diretrizes para 2011-2025. E assim foi feito.
Por outro lado e sem pensar em qualquer polêmica, lembro-me bem quando, ao
referir-me a esta comunhão eclesial, um dois iniciadores interpelou-me com esta
frase: “Então, a cada novo documento da Igreja no MCC deve ser adaptado ou revisado”?
15) Esquemas para o CUR
Inicialmente, os
esquemas repetiam “ipsis litteris” e “ipsis verbis” os de Mallorca. Até as
piadas, para não citar o folclore, eram repetidos tais e quais. Aliás, até hoje
ouço a tal comparação da construção das mensagens do CUR com uma “ceifadeira” –
o que isto, meu Deus? E outras que tais! Buscando adaptar-se à nossa
mentalidade e à orientação pastoral de nossa Igreja no Brasil, fez-se uma
primeira tradução mimeografada (caderno azul): “Esquemas de Rollos e
Meditações” que seguiu durante alguns anos. Em seguida, várias edições de “A
Mensagem do MCC do Brasil”, começando pelo conhecido “livro vermelho” sempre com
as adaptações aos Documentos significativos mais recentes do Magistério. A última revisão já na sua terceira edição
(2010) intitula-se “O Cursilho por dentro” e traz na sua contra capa um folheto
contendo “uma revisão à luz do Documento de Aparecida”.
16) O MCC no Brasil e os Jovens
Desde o
ano de 1972, os Jovens já se encontravam presentes no MCC do Brasil, assistidos
pelo Pe.Ramón Pulido. Mais tarde, os GEDs de Recife e do Rio de Janeiro
implementaram esta presença e, numa Assembleia Nacional realizada em Belo
Horizonte, receberam a acolhida formal no MCC. Há cerca de três anos, outra
Assembleia Nacional decidiu conceder voz e voto aos representantes das cinco
macro regiões do Brasil.
]17. Encontros Latino-americanos (três primeiros e Interamericanos) e
Mundiais: presença do MCC do Brasil
Sem necessidade
de citar ou repetir uma longa lista de todos os Encontros volto a enfatizar a
marcante presença do MCC do Brasil sempre chamados que fomos para apresentar
temas importantes e, portanto, de interesse para o MCC em todo o mundo.
Permitam-me citar dois deles.
O primeiro foi
no III Encontro Mundial que se celebrou em Mallorca, de 01 a o7 de novembro de
1972 no qual reafirmamos na necessidade
de uma adaptação do Manual de Dirigentes e onde se conseguiu aprovar um plano
para preparar o que, de imediato, se chamou IDÉIAS FUNDAMENTAIS DO MCC. Nesta
mesma oportunidade, foram eleitos dez países, entre eles, o Brasil, para esta
tarefa determinando que de cada um destes países participassem dois dirigentes:
um sacerdote e um leigo. Então, em 1974, reuniram-se os delegados novamente em
Mallorca e ali nasceu a primeira redação de IFMCC. O MCC do Brasil esteve
presente com o então Presidente do Secretariado Nacional, Bachir Haidar Jorge e
este que lhes fala.
O segundo,
marcante e inesquecível, foi no IX Encontro Interamericano em São José (Costa
Rica), em 1984, onde o MCC do Brasil apresentou um tema bastante ousado,
intitulado “Caminhos novos para atualização do MCC”. Foi quando levamos um
grupo bastante significativo e ali, insistimos – quase que como uma grande
novidade, diga-se de passagem – sobre a concretização da definição do MCC já
dada em 1968, na Colômbia. A saber, insistindo na “criação de núcleos de cristãos que fermentem de evangelho seus
ambientes”! Núcleos que no MCC do
Brasil adequamos para “Pequenas Comunidades de Fé nos ambientes”, seguindo as
orientações pastorais da Igreja no Brasil (cf.Doc.62 CNBB, n.121), bem como de
outros documentos eclesiais, sobretudo e principalmente, do Documento de Aparecida
(cf. DAp 517 f).
São Paulo, novembro de 2012
Ano do Jubileu de Ouro do MCC no Brasil
Pe. José Gilberto Beraldo
Jberaldo79@gmail.com

[1] È interessante notar que um dos primeiros Cursilhos realizados fora de
São Paulo, aconteceu na Arquidiocese de Belém do Pará, a pedido do então
Arcebispo, D.Alberto Gaudêncio Ramos.
Gostaria de refletir com todos a importância do senso crítico. Ele está inserido totalmente no método VJAAC, que me motivou muito em minha juventude e me levaram a ao desejo de AGIR.

Como
faz falta hoje no mundo, esta busca, o reagir frente a problemas que não
concordamos, acreditar que PODEMOS TRANSFORMAR. O Senso Crítico deveria fazer
parte de todos os momentos de nossa vida, a partir das reuniões de grupo, das
Escolas Vivenciais, dos CUR, das Ultreias, das Pequenas Comunidades de Fé –
PCF, nos ambientes que vivemos.
Pouco
analisamos os ambientes e o que podemos trazer de novo, de maravilhoso. Se isso
fosse verdade, as pequenas comunidades já seriam uma realidade efervescente,
com grande multiplicar no cursilho. Esta pode ser uma grande bandeira pessoal,
neste Jubileu de Ouro. O Senso Crítico, traz para nós o desejo de modificar, de
trabalhar, de realizar, de transformar. Arde dentro de nós!
Faz
falta, querer fazer. Faz falta, ir e realizar. Dói ver os ambientes precisando
de nossa ajuda e não ver neles as PCF, levando o novo, o maravilhoso, Jesus e
seus valores. Mas estou falando de meu estudo e esqueci de lhe perguntar:
conhece este livro? O SENSO CRÍTICO E O MÉTODO VER, JULGAR AGIR – Jorge Boran.
Convido a adquirir. Em nada irá atrapalhar seus estudos sobre EVANGELIZAR
AMBIENTES. Alíás, irá motivá-lo, irá cativá-lo.
Sinto
muita falta dos anos 80, quando a juventude desejava um mundo melhor, e agia
neste sentido. Lembro-me de uma apresentação teatral na CF – JUVENTUDE CAMINHO
ABERTO, quando levamos milhares de jovens para participar de uma grande
celebração com a apresentação de uma peça teatral dos grupos teatrais de minha
cidade: A VIDA DE SUA TERRA. Fazia parte de um grupo de construção de casas
para famílias carentes, e com muita Evangelização. Boas lembranças....

Minha
grande esperança está justamente em você, que está lendo este texto.
Um
mundo melhor começa pelo nosso desejar.
CRISTO CONTA COM SUA
PCF – Pequena Comunidade de Fé.
Osvaldo
PCF FORP/USP - ano V
Ribeirão Preto - SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário